Num espaço eterno, indissolúvel
Por onde correm as veias do chão
Que é para o mundo o que a pele é para nós
Toco os dedos na frescura repentina e líquida desse corpo que se cria
Imenso, abissal, cíclico, regenerado, infinito
A linguagem começa a escapar
Nessa água que escreve em meu corpo sua imensa memória
De quem sai do Tocantins e
deságua, deságua, deságua
Abre caminhos, deforma sedimentos
Até chegar em mim; cá daqui. agora.
Onde tu nasce, e com que força sobe á terra?
Com tamanha desimportância aos tratos alheios,
cava lentamente sua morada com cálidos sons andantes 
Me recordo ainda ontem,
tu irrompia duma rocha que enganava  ser mais forte que teus braços
A língua sem palavras dos corpos vivos
A terra dançando através de mim
Isadora Almeida - Curadora 


A exposição Corpo do Mato é resultado da pesquisa em fotografia analógica e processos experimentais de Rebeca Benchouchan. Ao borrar as definições entre o humano e o natural, Rebeca revela as inseparabilidade de ambos.
Realizada a partir de recursos captados pela Lei Aldir Blanc pela Casa Jasmim, a exposição tomou conta da fachada do casa, dialogando com o ambiente externo e o espaço urbano. 
Janeiro 2021
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